Perseguição a professores universitários no Brasil

Excelente matéria publicada no The Intercept sobre as perseguições contra professorxs de universidades brasileiras, desde 2011.

Um levantamento inédito  revela que pelo menos 181 professores universitários se tornaram alvo de ações como fiscalização de aulas, censura, investigações criminais, conduções coercitivas, ações judiciais, sindicâncias, demissões, perseguições, exposição na internet até a ameaças de morte. Foram 12 ocorrências em instituições particulares, 54 em estaduais e 115 em federais envolvendo 101 homens e 80 mulheres. Com as eleições, no entanto, a perseguição atingiu outro patamar.

Em uma ação aparentemente orquestrada, pelo menos outras 20 universidades passaram por situações parecidas nesta quinta-feira – a justiça eleitoral, em conjunto com a polícia, determinou a apreensão de materiais supostamente ligados à campanha eleitoral,ainda que não mencionassem partidos, siglas ou candidatos.

O fascismo vem orquestrando seu plano faz tempo, enquanto que a exquerda ficava gastando seu verbo com o lulismo. Urgem ações antifascistas e de solidariedade com essxs educadorxs que não se entregam à ação desses agressores.

Vejamos alguns dados apontados no site:

Compartilhado de: https://theintercept.com/2018/10/26/universidades-censura/

Feira do Livro Anarquista de Lisboa 2018

Certamente não é em todos os livros que podemos encontrar laivos de possíveis rumos para a liberdade. Muitos criaram maciços cadeados que sufocaram e oprimiram gentes e comunidades ao longo da história e do Globo. Alguns destes são os mais publicados da história, como A Bíblia (com o seu Génesis), O Livro Vermelho de Mao, O Príncipe, E Tudo o Vento Levou, ou até o Mein Kampf. As bibliotecas continuam a ter as prateleiras carregadas de novos e velhos volumes de literatura misógina, contos infantis sexistas, manuais de saúde homofóbicos e transfóbicos, livros escolares racistas, reedições da história imperial dos “descobrimentos”, constituições, códigos civis e penais, e claro, manuais de auto-ajuda.

Somos conscientes da ingenuidade desse anarquista ibérico que no final do século XIX, achava que a imprensa era o derradeiro invento que finalmente libertaria a sociedade. Mas no início do século XXI, quando, por vezes, o abecedário digital confere outra dimensão às palavras, ainda acreditamos nesse amontoado de papel, que dura séculos, que se pode ler, reler, oferecer, trocar, sublinhar, riscar, recortar, copiar, memorizar, e até usar para matar mosquitos e insónias, ou como guardião de folhas secas e lembranças. Uma vez produzido, tintado, encadernado, colado ou grampeado, não temos que recorrer à electricidade das centrais nucleares nem do lítio das minas poluentes a céu aberto, e podemos levá-lo connosco até o fim do mundo (ou até aos primórdios desses mundos novos que levamos nos nossos corações… e demais vísceras). Sim, alguns livros servem para sonhar e inspirar futuros ardorosos, que emergem das brasas de uma prisão em chamas – e de todas as suas (re)encarnações.

Este ano a Feira Anarquista do Livro volta a Lisboa nos dias 26, 27 e 28 de Outubro, novamente no cume fresco da Penha de França. Além dos vários achados que poderás encontrar nas bancas de livros de pequenas editoras e distribuidoras, também vais poder desfrutar de concertos, do indispensável convívio, de uma oficina de encadernação, e das conversas programadas sobre gentrificação e cultura libertária em Cacilhas, vacinação numa perspectiva antiautoritária, antipsiquiatria, histórias subversivas de algumas mulheres, “os mauzões e mauzonas” do maio de 1968, a atual brutal repressão na Turquia, e os diálogos entre o pensamento anarquista e o anticolonial.

Traz a tua palavra não presa, seja vocal seja impressa!

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IX Feira Anarquista de São Paulo

Em tempos sombrios, bons ventos sopram no país. No próximo dia 11 de novembro de 2018 (domingo) irá se realizar a IX Feira do Livro Anarquista de São Paulo, com várias atividades, mas acima de tudo uma rara oportunidade para trocas, ideias e ações anarquistas, assim como para pessoas que queiram conhecer mais sobre o anarquismo.

“A comissão de organização da Feira Anarquista de São Paulo reitera que o evento é um espaço de divulgação de ideias e práticas ANARQUISTAS e de promoção da interação de todas as pessoas. Não tem por objetivo se caracterizar como um espaço comercial. A venda de objetos e a promoção de atividades busca dar suporte a estes grupos, que ao longo do ano realizam diversas atividades e trabalham para a manutenção de espaços anarquistas.

O chamado para participação nessa edição da Feira está sendo divulgado desde meados do ano, com o intuito de possibilitar aos mais diversos grupos o envio de suas propostas. A aprovação da participação é de exclusiva responsabilidade dos membros organizadores do evento. Será recusada qualquer proposta que tenha o claro interesse de fazer uso exclusivamente comercial do evento e ausência de perspectiva anarquista.

Mantendo o espírito livre, a Feira é um espaço aberto, mas não comportará qualquer tipo de proposta paralela fora da programação, seja em virtude da impossibilidade de encontrar um espaço adequado para sua realização, seja em função de indisponibilidade de um horário que não atrapalhe as outras atividades já programadas ou da não aceitação da proposta apresentada. Em outras edições ocorreram incidentes desse tipo que contribuíram negativamente para o evento. A comissão organizadora tem o intuito de preservar esse espírito e de evitar incidentes deste tipo.

Tendo isso em vista, a comissão divulga a carta de princípios da Feira Anarquista de São Paulo que sintetiza os resultados da experiência da realização das feiras anteriores:

1 – O ambiente da Feira é um espaço libertário, portanto não serão toleradas atitudes machistas, racistas, lesbo/trans/bi/homofóbicas, autoritárias, violência e propaganda partidária.

2 – A venda ou consumo de bebidas alcoólicas não é aceita pelo espaço público “Tendal da Lapa”.

3 – Não será aceita a montagem de bancas e ou estandes, a comercialização de alimentos que não tenham sido previamente aprovadas pela comissão organizadora, bem como a realização de atividades e palestras concorrentes.

Atenciosamente,

Comissão Organizadora da Feira Anarquista de São Paulo”
Deixamos o link para consulta à programação: https://feiranarquistasp.wordpress.com/